quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Ano VII - número 84 - novembro/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (X)

         Caro leitor, estimada leitora, nesta publicação, retomamos o tema da língua padrão e damos continuidade aos esclarecimentos das dúvidas a respeito dos mais variados assuntos.
7. A forma "menas" existe ou não?
Não. Existe somente a forma menos (invariável). Exemplos: Hoje houve menos aulas que ontem. / Hoje veio menos gente que ontem.
8. Está correto "cidadões" como plural de "cidadão"?
Não, de forma alguma. O plural do substantivo cidadão é cidadãos.
9. "Casona" pode ser utilizada como aumentativo de "casa"?
Só se for fora da norma-culta, numa língua falada despretensiosa, dirigida às crianças. Porém, na língua escrita, deve-se utilizar casarão. O mesmo vale para "homão". O aumentativo correto de homem é homenzarrão.
10. Por que infravermelho varia no plural, porém ultravioleta não varia?
Porque em infravermelho, não há nenhum elemento que seja substantivo (infra=prefixo; vermelho=adjetivo). Já em ultravioleta, há um elemento substantivo (ultra=prefixo; violeta=substantivo). Todo substantivo que funciona como adjetivo, indicando cor, não apresenta variação. Observe que esses adjetivos são simples, e não compostos.
11. Ambos é um numeral?
Exatamente. Trata-se de um numeral dual porque se refere sempre a dois seres. Não dispensa a utilização do artigo definido quando o substantivo seguinte o exige. Exemplos: Ambos os alunos passaram. / Ambas as alunas saíram.
12. Qual o pronome de tratamento correto que deve ser usado na carta dirigida ao presidente da República?
Vossa Excelência. Sempre escrito por extenso porque é mais respeitoso. Na invocação, deve-se utilizar Excelentíssimo Senhor Presidente da República.
13. Está correta a afirmação: "Machuquei o 'meu' dedo."?
Não. Não há necessidade de utilizar o pronome possessivo nesse caso. Dizendo apenas "Machuquei o dedo.", o interlocutor já compreende de que dedo se trata. Portanto, a regra é a seguinte: Antes de substantivos que indicam partes do corpo, peças do vestuário e faculdades do espírito, é dispensado o pronome possessivo, quando há coincidência de pessoas (sujeito e pronome). O artigo definido, nesse caso, já confere ideia de posse. Outros exemplos: Vou escovar os dentes. / Não abri a boca. Você já lavou as mãos? / Juçara sujou a blusa.
         A próxima publicação deste Blog de comentários será festiva, celebrando o sétimo aniversário de presença na rede mundial de computadores. Oportunamente retomaremos o tema da língua padrão e os esclarecimentos das inúmeras dúvidas a ela referentes.