quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Ano VI - número 62 - janeiro/2016: Emprego das iniciais maiúsculas (II)

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A nova ortografia da língua portuguesa tornou-se obrigatória no Brasil em 1º. de janeiro de 2016, após o período ampliado de adaptação, que expirou em 31 de dezembro de 2015. Ela foi oficializada pelo Acordo Ortográfico assinado em dezembro de 1990 pelos países lusófonos. Portanto, este Blog, sendo veículo fidedigno de assuntos pertinentes ao idioma pátrio, seguirá rigorosamente a ortografia oficial a partir da presente publicação.
         Prezado (a) leitor (a), eis o ano de 2016 que desponta, inaugurando a segunda metade da segunda década deste século XXI, sob o olhar do Criador. As instituições de ensino do Brasil, neste mês, com a maior parte de suas atividades paralisadas, estão em merecidas férias.
         Porém, o Blog de comentários não para e prossegue com as suas publicações mensais, retomando o assunto do emprego atualizado das iniciais maiúsculas em sua segunda e última parte.
6- nos nomes de artes, disciplinas, ciências, bem como nos nomes de instituições de ensino, profissionais, políticas e militares.
Arquitetura, Colégio Rio Branco, Escola Superior de Guerra, Física, Matemática, Ordem dos Advogados do Brasil, Partido Social Cristão, Pintura, Universidade de São Paulo
7- nos nomes de altos cargos, dignidades ou postos.
General, Ministro, Papa, Presidente da República
8- nos títulos de livros, jornais, revistas, ou quaisquer outros que designem criações do intelecto humano (artes, ciências).
Guernica, Jornal do Brasil, Sagarana, Teoria da Relatividade, Veja
9- nos nomes dos pontos cardeais, quando designam região.
A conquista do Oeste é tema frequente dos filmes americanos.
Quando esses nomes designarem direção ou limites geográficos, deverão ser grafados com inicial minúscula.
Percorri o país de norte a sul, de leste a oeste.
10- nos nomes comuns quando personificados ou individualizados. 
a Cigarra, a Formiga, a Razão, a Virtude, o Cordeiro, o Lobo
11- nos nomes de leis, decretos, atos, quando empregados em correspondência oficial.
Decreto-Lei nº. 5.515, Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei do Inquilinato
12- nas expressões de tratamento ou reverência, bem como nas palavras que se deseja realçar na correspondência.
estimado Professor, meu caro Colega, meu prezado Mestre, Sr. (Senhor), Sra. (Senhora), V. Exª. (Vossa Excelência).
         O Blog de comentários linguísticos, já no sexto ano de presença na rede mundial de computadores, propiciará diversos e interessantes assuntos para o conhecimento efetivo dos leitores. Estimo os votos de venturoso ano de 2016 e ótimo período de férias!              
         

domingo, 29 de novembro de 2015

Ano VI - número 61 - dezembro/2015 - * edição especial *: Quinto aniversário e dois anos de reinauguração

         Caro leitor, prezada leitora, desejo vivamente celebrar com vocês, neste mês, o quinto aniversário deste Blog e o segundo ano de sua reinauguração.
         Para tanto, o BLOG PROF. STEFAN - LÍNGUA PORTUGUESA - COMENTÁRIOS reveste-se de indizível júbilo e presenteia os seus assíduos leitores com um artigo esclarecedor que trata da origem e história da língua portuguesa. Leia-o com muita atenção e aprimore ainda mais os seus conhecimentos e a sua cultura.
         O português surgiu da mesma língua que originou a maioria dos idiomas europeus e asiáticos. Com as inúmeras migrações entre os continentes, a língua inicial existente acabou subdividida em cinco ramos: o helênico, de onde veio o idioma grego; o românico, que originou o português, o italiano, o francês e uma série de outras línguas denominadas latinas; o germânico, de onde surgiram o inglês e o alemão e finalmente o céltico, que deu origem aos idiomas irlandês e gaélico. O ramo eslavo, que é o quinto, deu origem a outras diversas línguas atualmente faladas na Europa Oriental.
         O latim era a língua oficial do antigo Império Romano e possuía duas formas: o latim clássico, que era empregado pelas pessoas cultas e pela classe dominante (poetas, filósofos, senadores etc.), e o latim vulgar, que era a língua utilizada pelas pessoas do povo. O português originou-se do latim vulgar, que foi introduzido na Península Ibérica pelos conquistadores romanos. Damos o nome de neolatinas às línguas modernas que provêm do latim vulgar. No caso da Península Ibérica, podemos citar o catalão, o castelhano e o galego-português, do qual resultou a língua portuguesa.
         O domínio cultural e político dos romanos na Península Ibérica impôs sua língua, que, entretanto, mesclou-se com os substratos lingüísticos lá existentes, dando origem a vários dialetos, genericamente chamados romanços (do latim romanice, que significa "falar à maneira dos romanos"). Esses dialetos foram, com o tempo, modificando-se, até constituírem novas línguas. Quando os germânicos e, posteriormente, os árabes, invadiram a Península, a língua sofreu algumas modificações, porém o idioma falado pelos invasores nunca conseguiu se estabelecer totalmente.
         Somente no século XI, quando os cristãos expulsaram os árabes da Península, o galego-português passou a ser falado e escrito na Lusitânia, onde também surgiram dialetos originados pelo contato do árabe com o latim. O galego-português, derivado do romanço, era um falar geograficamente limitado a toda a faixa ocidental da Península, correspondendo aos atuais territórios da Galiza e de Portugal. Em meados do século XIV, evidenciaram-se os falares do sul, notadamente da região de Lisboa. Assim, as diferenças entre o galego e o português começaram a se acentuar. A consolidação de autonomia política, seguida da dilatação do império luso, consagrou o português como língua oficial da nação. Enquanto isso, o galego se estabeleceu como uma língua variante do espanhol, que ainda é falada na Galícia, situada na região norte da Espanha. 
         As grandes navegações, a partir do século XV, ampliaram os domínios de Portugal e levaram a língua portuguesa às novas terras da África (Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe), ilhas próximas da costa africana (Açores, Madeira), Ásia (Macau, Goa, Damão, Diu), Oceania (Timor) e América (Brasil).
         Destacam-se alguns períodos na evolução da língua portuguesa:
1) Fase Proto-Histórica: Compreende o período anterior ao século XII, com textos escritos em latim bárbaro (modalidade usada apenas em documentos. Por esta razão, também denominada de latim tabeliônico).
2) Fase do Português Arcaico: Do século XII ao século XVI, compreendendo dois períodos distintos: a) do século XII ao XIV, com textos em galego-português; b) do século XIV ao XVI, com a separação entre o galego e o português.
3) Fase do Português Moderno: Inicia-se a partir do século XVI, quando a língua se uniformiza, adquirindo as características do português atual. A literatura renascentista portuguesa, notadamente produzida por Camões, desempenhou papel fundamental nesse processo de uniformização. Em 1536, o padre Fernão de Oliveira publicou a primeira gramática de língua portuguesa, a "Grammatica da Linguagem Portuguesa". Seu estilo baseava-se no conceito clássico de gramática, entendida como "arte de falar e escrever corretamente". (Extraído  e adaptado de www.soportugues.com.br)
         Finalizando, a todos os internautas leitores deste Blog aniversariante, os melhores votos de um Feliz e Santo Natal!     

domingo, 1 de novembro de 2015

Ano V - número 60 - novembro/2015: Emprego das iniciais maiúsculas (I)

         Caro (a) leitor (a), na publicação deste mês, iniciaremos o assunto do emprego atualizado das letras iniciais maiúsculas na língua portuguesa. O objetivo é sanar as dúvidas que surgirem no que concerne a esse assunto.
         Empregam-se iniciais maiúsculas:
1- no início
- de período. Nunca conseguiriam descobrir os verdadeiros motivos.
- de verso.
"Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração."  (Fernando Pessoa)
Observação: entretanto, é muito comum os poetas usarem letras minúsculas no início de versos, quando a pontuação o permite.
"Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta."  (Cecília Meireles)
- de citação direta. Afirma Antônio Houaiss: "Desafio que haja alguém que saiba empregar as maiúsculas."
2- nos substantivos próprios de qualquer espécie, sejam eles antropônimos (nomes de pessoas), topônimos (nomes de lugares), cognomes, alcunhas ou pseudônimos.
Antropônimos: Machado de Assis, Bernardo Guimarães
Topônimos: Ponta Grossa, Sorocaba, Curitiba
Cognome: Ivã, o Terrível
Alcunha: Tiradentes
Pseudônimos: Stanislaw Ponte Preta, Marques Rebelo
3- nos nomes de vias e lugares públicos.
Largo da Carioca, Parque do Ibirapuera, Praça da Árvore, Praia de Ipanema, Rua Boa Vista
4- nos nomes de eras históricas e datas importantes.
Idade Média, Natal, Primeiro de Maio, Renascimento
Observação: os nomes de meses devem ser grafados com inicial minúscula.
janeiro, fevereiro, março, abril
5- nos nomes de altos conceitos religiosos e políticos.
Igreja, Nação, República, Santíssima Trindade, Senado
Observação: é claro que, se esses nomes assumirem caráter geral ou indeterminado, devem ser grafados com iniciais minúsculas.
a igreja barroca, a república das Alagoas, o senado romano.
         Oportunamente, este blog retomará o emprego das iniciais maiúsculas em sua segunda e última parte. Até a próxima publicação, que será especial de aniversário!