domingo, 27 de novembro de 2016

Ano VII - número 73 - dezembro/2016 - *edição especial*: Sexto aniversário do Blog de Comentários

         Prezado leitor, cara leitora, o mês de dezembro é deveras significativo para este Blog, que, neste ano, comemora o seu sexto aniversário e o terceiro ano de sua reinauguração.
         Porém, o BLOG PROF. STEFAN - LÍNGUA PORTUGUESA - COMENTÁRIOS é quem presenteia com intenso júbilo os seus fiéis leitores como de costume. Desta vez, com mais um artigo esclarecedor, tratando sobre o Português no Mundo. Leia-o atentamente para o seu aprimoramento intelectual.
         Atualmente o português é língua oficial de oito países (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste). Apesar da incorporação de vocábulos nativos e de modificações gramaticais e de pronúncia próprias de cada país, as línguas mantêm uma unidade com o português de Portugal.
         O português também é falado em pequenas comunidades, reflexão de povoamentos portugueses datados do século XVI, como é o caso de:
Zanzibar (na Tanzânia, costa oriental da África);
Macau (ex-possessão portuguesa encravada na China);
Goa, Diu, Damão (na Índia);
Málaca (na Malásia).
         A Língua Portuguesa se faz presente em todos os continentes, observe:
América: O Brasil é o único país de língua portuguesa na América. Durante o período colonial, o português falado no Brasil foi influenciado pelas línguas indígenas, africanas e de imigrantes europeus. Isso explica as diferenças regionais na pronúncia e no vocabulário verificadas, por exemplo, no nordeste e no sul do país. Apesar disso, a língua conserva a uniformidade gramatical em todo o território.
Europa: O português é a língua oficial de Portugal. Em 1986, o país passa a integrar a Comunidade Econômica Europeia (CEE) e a língua portuguesa é adotada como um dos idiomas oficiais da organização. Existem falantes concentrados na França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo e Suécia, sendo a França o país com mais falantes.
Ásia: Entre os séculos XVI e XVIII, o português atuou como língua franca nos portos da Índia e sudeste da Ásia. Atualmente, a cidade de Goa, na Índia, é o único lugar do continente onde o português sobrevive na sua forma original. Entretanto, o idioma está sendo gradualmente substituído pelo inglês. Em Damão e Diu (Índia), Java (Indonésia), Macau (ex-território português), Sri Lanka e Málaca (Malásia), fala-se o crioulo, língua que conserva o vocabulário do português, mas adota formas gramaticais diferentes.
Oceania: O português é idioma oficial no Timor Leste. No entanto, a língua dominante no país é o tétum. Devido à recente ocupação indonésia, grande parte da população compreende o indonésio bahasa e apenas uma minoria compreende o português.
África: O português é a língua oficial de cinco países, sendo usado na administração, no ensino, na imprensa e nas relações internacionais. A língua convive com diversos dialetos crioulos.
         Em Angola, 60% dos moradores falam o português como língua materna. Cerca de 40% da população fala dialetos crioulos como o bacongo, o quimbundo, o ovibundo e o chacue.
         Em Cabo Verde, quase todos os habitantes falam o português e um dialeto crioulo, que mescla o português arcaico a línguas africanas. Há duas variedades desse dialeto, a de Barlavento e a de Sotavento.
         Em Guiné-Bissau, 90% da população fala o dialeto crioulo ou dialetos africanos, enquanto apenas 10% utiliza o português.
         Em Moçambique, somente 0,18% da população considera o português como língua oficial, embora seja falado por mais de 2 milhões de moçambicanos. A maioria dos habitantes usa línguas locais, principalmente as do grupo banto.
         Nas ilhas de São Tomé e Príncipe, apenas 2,5% dos habitantes falam a língua portuguesa. A maioria utiliza dialetos locais, como o forro e o moncó. (Extraído e adaptado de www.soportugues.com.br)
         Concluindo, os melhores votos de feliz e santo Natal para todos os internautas leitores deste Blog aniversariante! 

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Ano VI - número 72 - novembro/2016: O Acordo Ortográfico e sua polêmica (IX)

         Caro leitor, cara leitora, nesta publicação, damos prosseguimento ao tema da reforma ortográfica e já nos encaminhamos à sua conclusão. Neste mês de novembro, a polêmica em torno do Acordo Ortográfico continua como o assunto em pauta.
         No estado do Acre, surgiu uma polêmica. Lá os seus habitantes afirmam que foi o Acordo que alterou a grafia do adjetivo gentílico acreano para acriano.
         Na verdade, a composição do adjetivo gentílico remete a uma norma antiga, que o Acordo apenas manteve. De acordo com essa regra, do substantivo próprio Iraque, por exemplo, retira-se a última vogal e acrescenta-se o sufixo -iano. Da mesma forma, acriano.
         Observa-se que o povo do Acre rejeita a norma-padrão, pretendendo tornar legítimo o seu tradicional "acreano". Quer fazer valer esse hábito seu. Diz estar no seu direito. Aliás, por que a regra deveria se sobrepor ao costume, se este não fere a dignidade de ninguém?
         O Direito ensina que a norma serve para salvaguardar um valor. O valor maior, nessa situação, é a cultura local, que deve ser defendida e promovida porque representa a identidade do povo, seu modo de viver, sua história de resistência e, consequentemente, sua soberania e autoestima.
         Para solucionar tal impasse expresso pelo desejo da população, o governo do Estado preparou no início do ano uma consulta pública pela Internet, para verificar se o termo "acreano" seria confirmado como o preferido. Na época, a AAL (Academia Acreana de Letras) se posicionou contra a mudança, alegando que nenhum decreto pode modificar uma tradição e que o gentílico é parte fundamental da construção identitária dos habitantes de determinado local. O próximo passo seria tomar as medidas legais cabíveis para torná-lo oficial.
         Dito e feito. Após consulta pública e análise na Aleac (Assembleia Legislativa do Acre), o governador Tião Viana sancionou a lei Nº. 3.148 que institui o termo "acreano" com "e" como o gentílico oficial do estado. O texto foi publicado na edição do dia 28/07/2016 do Diário Oficial do Estado.
         Porém, vale registrar, em meio à polêmica, algumas reações criativas dos cidadãos, que ilustram o bom humor do povo. Por exemplo, esta indignação extraída de uma rede social: "É melhor devolver o Acre pra Bolívia do que escrever 'acreano' com "i"."
         Dessa forma, concluímos, neste Blog, as considerações e os comentários a respeito do tema da reforma ortográfica, que foram feitos ao longo do ano, desde o mês de fevereiro. É importante enfatizar que a nova ortografia se tornou obrigatória em janeiro de 2016.
           

terça-feira, 11 de outubro de 2016

Ano VI - número 71 - outubro/2016: A situação atual da educação brasileira (II)

         Caro (a) leitor (a), chegamos mais uma vez ao mês de outubro, que, anualmente, é portador da data dedicada aos professores. A cada ano que passa, a conjuntura educacional brasileira se vê envolta em crescentes e gravíssimos problemas. Este Blog, mais uma vez, interrompe suas habituais publicações, para destacar o palpitante tema da preocupante situação da educação brasileira.
         Nos anos 1950/1960, pensava-se que bastaria dotar os professores de livros e de materiais pedagógicos novos. Mas, a realidade é que a excelência e a qualidade da educação estão ligadas fortemente à qualidade da formação docente. Outro fato é que aquilo que o professor pensa sobre o ensino determina o que ele faz quando ensina. 
         O desenvolvimento dos professores é uma condição imprescindível para o desenvolvimento da escola. Sem o docente, nenhuma reforma, inovação ou transformação irá perdurar. 
         Os professores devem ser considerados como sujeitos que, em atividade profissional, são levados a se envolver em situações formais de aprendizagem.
         Somente ocorrerão mudanças profundas quando a formação dos docentes deixar de ser um mero processo de atualização, executada de cima para baixo, e se converter em verdadeiro processo de aprendizagem, como um ganho individual e coletivo, e não como uma agressão. 
         Tal situação sombria da educação brasileira também é resultado de pouco engajamento e pressão por parte da população de um modo geral, contribuindo à lentidão. 
         Enquanto isso, a tão almejada meta de alfabetizar todas as crianças até os oito anos de idade está distante de ser atingida e ainda se carrega o peso de um baixo desempenho no IDEB. A meta do Brasil é de chegar a 6 no ano de 2022.
         Concluindo, resta-nos homenagear a todos os valorosos mestres do nosso Brasil, que são verdadeiros heróis em meio às gravíssimas dificuldades de toda ordem por que estão passando e abandonados irresponsavelmente pelo poder público constituído.
SALVE DIA 15 DE OUTUBRO: DIA DO PROFESSOR!         

sábado, 3 de setembro de 2016

Ano VI - número 70 - setembro/2016: O Acordo Ortográfico e sua polêmica (VIII)

         Prezado (a) leitor (a), prosseguimos, na presente publicação, com o tema da reforma ortográfica, pois a nova ortografia se tornou obrigatória em janeiro deste ano. Neste mês, trataremos sobre o Acordo Ortográfico e sua polêmica.
         Esse Acordo de unificação ortográfica, embora esteja sendo discutido agora, na verdade, possui suas raízes no início da década de 1990. O Acordo, desde aquela época, pretende a unificação da ortografia da língua portuguesa, e não da língua portuguesa. A língua é uma coisa viva, em constante mutação, que varia de acordo com a província, com os enunciados e necessidades dos falantes. E unificar a ortografia, diga-se de passagem, jamais foi tarefa fácil, mas é possível.
         Os países lusófonos decidiram unificar as formas de grafar os vocábulos que são grafados de maneira diferente em cada localidade. Somente foi alterado aquilo que diferia muito nas grafias e que não alteraria por demais a relação dos falantes com a língua portuguesa.
         Por isso, não é correto o argumento em que se afirma que não é uma unificação de verdade porque permite duas grafias, uma vez que elas passam a ser consideradas oficiais e o valor de ambas é unificado.
         Em termos reais, é muito difícil afirmar o número de palavras alteradas porque é impossível quantificar as palavras de um idioma. Os portugueses não admitem o Acordo porque desejam preservar a pureza da língua.
         Entretanto, o português falado no Brasil é muito mais parecido com o português que se falava no século XVI. Conclui-se que aqui o português é mais antigo e, portanto, a pureza é mais preservada por nós do que por eles. 
         Com o Acordo de unificação ortográfica, a legitimidade da língua estará com todos os países lusófonos, e não apenas com Portugal.
         Outra afirmação incorreta é a de que, com a retirada de alguns acentos, a reforma pretende tornar o português um idioma  mais jovem, mais moderno e mais próximo da língua utilizada pelos jovens nas redes sociais. Ora, quando o Acordo foi proposto, a Internet era muito pouco difundida e a inspiração não era essa. Não foi tal descompromisso dos jovens com as regras gramaticais que norteou o Acordo.
         A próxima publicação do Blog estará voltada aos mestres, no mês que lhes é dedicado. Oportunamente, retornaremos ao tema do Acordo Ortográfico e sua polêmica.   

sábado, 30 de julho de 2016

Ano VI - número 69 - agosto/2016: O Acordo Ortográfico, o hífen e o acento diferencial (VII)

         Assíduo (a) leitor (a), na presente publicação, concluiremos o tema da reforma ortográfica no que se refere ao emprego do hífen. Também veremos o acento diferencial na reforma ortográfica.
         No intuito da melhor compreensão sobre as regras específicas do emprego do hífen, vamos exemplificá-las através de grupos de palavras.
1. autoafirmação
2. contrassenso, corredator, antirroubo
3. preencher, pronome: Os elementos pre- e pro- átonos se aglutinam ao segundo elemento.
4. pré-histórico, pré-pago, pós-operatório: Os elementos pré- e pós- tônicos exigem hífen.
5. semi-integral, auto-observação, anti-inflamatório
6. sobre-humano: Quando o segundo elemento inicia com h, o hífen se mantém.
7. extracurricular
8. desumanizar, inabitual: Quando o primeiro elemento é des- ou in- e o segundo elemento inicia com h, os dois elementos se aglutinam e o h fica eliminado.
         Com relação ao acento diferencial, observemos as orações a seguir:
I. Ele não pôde evitar o atraso.
II. Não se pode dizer que ele não foi avisado.
As palavras em destaque nas orações I e II apresentam diferença sonora e semântica: pôde: timbre fechado, indica passado; pode: timbre aberto, indica presente.
I. Ela já passou por aqui.
II. Ele é a cara da mãe, sem tirar nem pôr.
Pôr: verbo, monossílabo tônico; por: preposição, monossílabo átono.
As palavras pôde e pôr são as únicas da língua portuguesa que recebem, atualmente, um acento denominado diferencial. Para indicar o pretérito perfeito do indicativo do verbo poder, com timbre fechado, e para diferenciar o infinitivo do verbo pôr da preposição por, deve-se utilizar o acento circunflexo.
          Na próxima publicação, de setembro, traremos mais considerações a respeito do tema da reforma ortográfica. Até o próximo mês!

sábado, 25 de junho de 2016

Ano VI - número 68 - julho/2016: O Acordo Ortográfico e o hífen (VI)

         Caro leitor, cara leitora, o tempo passou célere e já estamos no segundo semestre do ano de 2016, iniciando o mês de julho com o habitual período breve de recesso de todos os envolvidos no processo educativo.
         Prosseguimos, na atual publicação, com o tema da reforma ortográfica e novos exemplos de palavras, ilustrando as alterações referentes ao hífen.
         A seguir, uma lista de vinte palavras existentes na língua portuguesa a partir da união de dois elementos e grafadas de acordo com as regras ortográficas atualizadas:
1. agronegócios; 2. ex-rival; 3. biorritmo; 4. multinacional; 5. extra-humano; 6. antinacional; 7. fotografia; 8. autoestima; 9. micro-ônibus; 10. internacional; 11. hiper-realista; 12. anti-horário; 13. sobre-humano; 14. pós-romântico; 15. anti-higiênico; 16. inter-racial; 17. geografia; 18. anti-inflamatório; 19. telegrafia; 20. ultrarromântico.
         Agora, alguns títulos de notícia extraídos da Internet e adequados às novas regras:
1. Autosserviço em supermercado pode ser proibido
2. Morales se une ao projeto anti-imperialista de Venezuela e Cuba
3. Senado aprova MP que muda acesso a documentos ultrassecretos
4. Israel se preocupa com uma onda antissemita no mundo
5. Negada indenização por construção de autoestrada
6. Paraquedas reserva salva soldado em exibição a Jobim
7. Fórum pede a países ricos corresponsabilidade nas migrações
8. Rússia instala defesa antiaérea nas embaixadas
9. Campanha contra o câncer de mama dá ênfase ao autoexame
10. Saúva se 'associa' a micro-organismos para proteger a colônia
         Por fim, a enumeração de mais algumas palavras grafadas em consonância com as regras ortográficas obrigatórias: anti-infeccioso; suprarrenal; extraoficial; antirrugas; autossuficiente; semissólido; autoimune; extrasseco; anti-ibérico; semiárido.
         Na publicação do mês vindouro, este Blog encerrará o tema do hífen, mas prosseguirá com a reforma ortográfica. Para todos os envolvidos no processo educativo, ótimo e proveitoso período de recesso!     
 

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Ano VI - número 67 - junho/2016: O Acordo Ortográfico e o hífen (V)

         Amigo (a) leitor (a), o tema da reforma ortográfica concernente aos aspectos do emprego do hífen prossegue em mais esta publicação do Blog.
         No intuito de reforçar o que foi abordado na publicação anterior, vamos registrar mais um exemplo de palavra que se enquadra em cada uma das seis regras mencionadas, bem como exemplos de exceção.
Usa-se o hífen: 
1. anti-higiênico; exceção: desumidificar;
2. auto-observação; exceção: coordenar;
3. pré-natal; exceção: promover.
Não se usa o hífen:
1. girassol; 
2. minissaia; exceção: inter-regional;
3. coeducação.
         Na sequência, segue uma lista de palavras para a correta análise (confirmação da grafia ou correção, sempre em consonância com a reforma ortográfica):
- anteontem: grafada corretamente;
- ex-presidente: grafada corretamente;
- auto-escola: grafia correta: autoescola. Regra: Não existe hífen quando o primeiro elemento termina com vogal diferente daquela que começa o segundo elemento.
- contra-regra: grafia correta: contrarregra. Regra: Não existe regra especial para usar o hífen com os elementos contra-, anti- ou mini-. Além disso, o segundo elemento iniciado por r ou s deve ter essa consoante duplicada.
- mini-saia: grafia correta: minissaia;
- anti-social: grafia correta: antissocial;
- sem-número: grafada corretamente;
- microondas: grafia correta: micro-ondas. Regra: O hífen deve ser empregado quando o primeiro elemento termina com a mesma vogal com que começa o segundo elemento;
- intermunicipal: grafada corretamente;
- sub-raça: grafada corretamente;
- reedição: grafada corretamente;
- superaquecimento: grafada corretamente;
- recém-nascido: grafada corretamente;
- antiidade: grafia correta: anti-idade;
- cooptar: grafada corretamente;
- promover: grafada corretamente.
         Na publicação do próximo mês, este Blog veiculará mais palavras para fixação das novas regras ortográficas referentes à utilização do hífen. Até o mês vindouro!                     

domingo, 15 de maio de 2016

Ano VI - número 66 - maio/2016: O Acordo Ortográfico e o hífen (IV)

         Caro (a) leitor (a), continuamos, nesta publicação, a tratar sobre a reforma ortográfica, mais especificamente, no que se refere aos aspectos do emprego do hífen.
         Eis as mudanças estabelecidas em relação à utilização do hífen:
Usa-se o hífen:
1. nas palavras formadas por dois elementos em que o segundo inicia por h. Exemplos: pré-história, super-homem, sub-humano, semi-hospitalar. Exceção: Palavras formadas com os elementos des- e in- nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial (nesses casos, escreve-se desumano, inábil, inumano).
2. nos vocábulos em que o primeiro elemento termina com a mesma vogal com que começa o segundo elemento. Exemplos: contra-almirante, micro-ondas. Exceção: Vocábulos iniciados pelos elementos co- e re-. Nesses casos, o hífen não é usado (cooperação, reescrita).
3. nos casos especiais que seguem: com os elementos circum- e pan- antes de m, n e vogal (além do h, que já foi mencionado acima); com os elementos pré-, pós- e pró-; com os elementos ex-, vice-, sota-, soto- e vizo-; com os elementos além-, aquém-, recém- e sem-. Exemplos: circum-navegação, pan-americano, pós-graduação, ex-presidente, vice-governador, além-mar, recém-nascido, sem-cerimônia. Exceção: Nas palavras em que os elementos pre, pos- e pro- não são tônicos. Nesses casos, não se utiliza hífen (prever, prorrogar, posfácio).
Não se usa o hífen:
1. em determinadas palavras compostas nas quais se perdeu a noção de composição. Exemplos: paraquedas, paraquedismo, mandachuva. Exceção: A maioria das palavras compostas permanece sendo grafada com hífen. É necessário verificar cada caso atentamente.
2. nos vocábulos em que o segundo elemento inicia com r ou s, devendo essas consoantes ser duplicadas. Exemplos:  antirreligioso, contrarregra, infrassom. Exceção: Quando o primeiro elemento do vocábulo termina com r, como hiper-, inter- e super-. Nesses casos, escreve-se hiper-requintado, inter-resistente, super-revista.
3. nas palavras em que o primeiro elemento termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente. Exemplos: extraescolar, aeroespacial, autoestrada, autoaprendizagem, antiaéreo, agroindustrial, hidroelétrica.
         Na publicação vindoura, teremos a continuação do tema da reforma ortográfica referente ao uso do hífen. Até o próximo mês!       

sábado, 9 de abril de 2016

Ano VI - número 65 - abril/2016: O Acordo Ortográfico, a acentuação gráfica e o hífen (III)

         Prezado leitor, cara leitora, nesta publicação, damos prosseguimento ao tema da reforma ortográfica no que se refere aos aspectos da acentuação gráfica, incluindo a introdução dos aspectos do emprego do hífen.
5. O u dos grupos que, qui, gue, gui recebia acento agudo quando era pronunciado e era a vogal tônica (em oposição ao trema utilizado quando o u era pronunciado, porém átono - como em seqüência). Com o Acordo, tanto esse acento quanto o trema deixaram de ser usados: Todos acham que é preciso averiguar a veracidade daquelas informações. Por isso querem que eu averigue pessoalmente no prazo de um mês. / Na próxima ocasião, outro professor vai arguir os candidatos, porque os que sempre arguem estão em licença. / É preciso apaziguar os ânimos. Sugerem que o senador apazigue com um discurso extra. / Não vai mais arguir as testemunhas o juiz que usualmente as argui. Observação: Embora o u tônico não leve mais acento, ele continua sendo pronunciado. O trema somente continua sendo usado em nomes próprios estrangeiros e seus derivados. 
6. Crianças que aprendem a ser determinadas têm mais facilidade na vida adulta: "A persistência é o caminho do êxito." A frase, dita por Charles Chaplin, parece resumir o sucesso do ator que se tornou uma referência do cinema mudo. Para pesquisadores da Universidade Brigham Young (EUA), no entanto, o trabalho árduo começa ainda na infância, dentro de casa. / Se o título da notícia iniciasse com "criança determinada", o verbo ficaria desta forma: tem. O título contém o verbo ter na terceira pessoa do plural do presente do indicativo, que apresenta acento circunflexo. Isso o diferencia da conjugação na terceira pessoa do singular: ele tem / eles têm. / "Crianças determinadas têm mais chance de sucesso." Se o verbo ter fosse substituído pelo verbo deter no presente, teríamos: "Crianças determinadas detêm mais chance de sucesso." A regra de acentuação para as palavras tem / têm e vem / vêm (e as formas verbais equivalentes dos verbos derivados de ter e vir) não foi alterada.
         Dentre as alterações propostas pelo Acordo Ortográfico, nenhuma causou tamanha polêmica quanto a utilização do hífen. Entretanto, apesar das dificuldades, a proposta teve como critério a simplificação.
         Na próxima publicação, teremos a oportunidade de recordar as mudanças estabelecidas pela reforma ortográfica em relação ao uso do hífen. Até o próximo mês!     

sábado, 19 de março de 2016

Ano VI - número 64 - março/2016: Convenção ortográfica / O Acordo Ortográfico e a acentuação gráfica (II)

         Caro (a) leitor (a), na presente publicação, vamos prosseguir, tratando sobre o tema referente à reforma ortográfica, mais especificamente, dos aspectos da acentuação gráfica.
         No final de 2008, foi regulamentado no Brasil um acordo internacional que unificou a ortografia da língua portuguesa a partir de janeiro de 2009. Isso significa que os países que falam a língua portuguesa passaram a utilizar uma grafia comum. Determinadas alterações envolveram o sistema de acentuação gráfica.
1. Os ditongos eu, ei, oi são acentuados somente em monossílabos tônicos (mói) ou quando forem tônicos na última sílaba (herói). Deve-se escrever heroico porque o ditongo tônico oi está na penúltima sílaba (palavra paroxítona). Os anéis ficaram presos nos anzóis. > Os ditongos tônicos ei e oi estão na última sílaba (a-néis, an-zóis) e, conforme o Acordo Ortográfico, devem ser acentuados. 
2. A primeira vogal tônica dos hiatos tautofônicos oo e ee não é acentuada: Eles veem algum sentido nisso? / Eles releem os capítulos indicados pelo professor. / Eu enjoo em estradas com curvas acentuadas. / Eu não perdoo a sua ingratidão.
3. Apenas dois acentos diferenciais continuam obrigatórios: pôr (verbo no infinitivo) e pôde (no pretérito perfeito): O tempo não para. / A Terra é achatada nos polos. / Faltou energia: ela não pôde enviar a mensagem pelo computador. / Muitos mamíferos apresentam o corpo coberto por pelos. / Após o Acordo Ortográfico, não é mais necessário pôr acento em certas palavras.
4. Antes do Acordo, i e u tônicos que formassem sílaba sozinhos (ou seguidos de s) e estivessem em hiato com a sílaba anterior eram acentuados. Isso não ocorre mais somente em um caso: quando i e u forem tônicos em paroxítonas e formarem hiato com um ditongo anterior. 
ci-ú-me / fei-u-ra / ba-la-ús-tre / re-ú-no / e-go-ís-mo / ca-fe-í-na / san-du-í-che: Todas essas palavras são paroxítonas e feiura não recebe mais acento porque forma hiato com um ditongo anterior, não com uma vogal.
         Encerrando esta publicação, estimo a todos os leitores uma feliz e santa Páscoa da Ressurreição !              

sábado, 20 de fevereiro de 2016

Ano VI - número 63 - fevereiro/2016: Convenção ortográfica / O Acordo Ortográfico e a acentuação gráfica (I)

         Chegamos ao segundo mês de 2016. Como o feriado carnavalesco ocorre no início de fevereiro, as atividades e o ano letivo, na maioria das instituições de ensino do país, só começarão na sequência.
         Prezado (a) leitor (a), como este Blog já informou na publicação anterior, a nova ortografia proposta pelo Acordo Ortográfico tornou-se obrigatória desde o início do ano. Por ser o tema palpitante do momento, vamos retomá-lo nesta e nas publicações seguintes.
         A ortografia de toda e qualquer língua é correspondente à maneira correta de escrever as palavras pertencentes ao repertório linguístico de seus usuários. O critério para a definição do que é "correto" ou "errado", nesse caso, é claríssimo. A ortografia é uma norma, com valor de lei, não admitindo em absoluto variações ou opções individuais. Seu objetivo consiste em fixar uma maneira unificada de registrar por escrito os vocábulos da língua, que na sua realização oral são muito diversificadas. Por isso, é importante observar que a ortografia não é uma transcrição dos sons da fala, mas o resultado de um acordo social que estabeleceu uma forma de grafia autorizada para certo grupo linguístico. Portanto, trata-se de uma convenção.
         No caso de nossa língua, essa unificação aconteceu apenas na primeira metade do século passado, primeiro em Portugal e depois no Brasil. A norma ortográfica já passou por mudanças perpetradas por estudiosos do idioma, que identificaram a necessidade de determinados ajustes. Tal iniciativa costuma desagradar uma parcela dos usuários, que necessitam se acostumar à nova maneira de escrever certas palavras. Independente da sua legitimidade, faz-se necessário adaptar-se às mudanças.
         A ortografia da língua traz várias informações históricas sobre o povo que a utiliza. Além disso, aprender a grafar os vocábulos de acordo com essa norma não é uma atividade puramente reprodutiva, exigindo apenas memorização. Mesmo sem se dar conta, o falante da língua põe em prática diversos conhecimentos linguísticos ao escrever uma palavra segundo a ortografia de sua língua.
         Terminando a presente publicação, a todos os profissionais de ensino e estudantes, um ótimo retorno às atividades!