Caro leitor, cara leitora, nesta publicação, damos prosseguimento ao tema da reforma ortográfica e já nos encaminhamos à sua conclusão. Neste mês de novembro, a polêmica em torno do Acordo Ortográfico continua como o assunto em pauta.
No estado do Acre, surgiu uma polêmica. Lá os seus habitantes afirmam que foi o Acordo que alterou a grafia do adjetivo gentílico acreano para acriano.
Na verdade, a composição do adjetivo gentílico remete a uma norma antiga, que o Acordo apenas manteve. De acordo com essa regra, do substantivo próprio Iraque, por exemplo, retira-se a última vogal e acrescenta-se o sufixo -iano. Da mesma forma, acriano.
Observa-se que o povo do Acre rejeita a norma-padrão, pretendendo tornar legítimo o seu tradicional "acreano". Quer fazer valer esse hábito seu. Diz estar no seu direito. Aliás, por que a regra deveria se sobrepor ao costume, se este não fere a dignidade de ninguém?
O Direito ensina que a norma serve para salvaguardar um valor. O valor maior, nessa situação, é a cultura local, que deve ser defendida e promovida porque representa a identidade do povo, seu modo de viver, sua história de resistência e, consequentemente, sua soberania e autoestima.
Para solucionar tal impasse expresso pelo desejo da população, o governo do Estado preparou no início do ano uma consulta pública pela Internet, para verificar se o termo "acreano" seria confirmado como o preferido. Na época, a AAL (Academia Acreana de Letras) se posicionou contra a mudança, alegando que nenhum decreto pode modificar uma tradição e que o gentílico é parte fundamental da construção identitária dos habitantes de determinado local. O próximo passo seria tomar as medidas legais cabíveis para torná-lo oficial.
Dito e feito. Após consulta pública e análise na Aleac (Assembleia Legislativa do Acre), o governador Tião Viana sancionou a lei Nº. 3.148 que institui o termo "acreano" com "e" como o gentílico oficial do estado. O texto foi publicado na edição do dia 28/07/2016 do Diário Oficial do Estado.
Porém, vale registrar, em meio à polêmica, algumas reações criativas dos cidadãos, que ilustram o bom humor do povo. Por exemplo, esta indignação extraída de uma rede social: "É melhor devolver o Acre pra Bolívia do que escrever 'acreano' com "i"."
Dessa forma, concluímos, neste Blog, as considerações e os comentários a respeito do tema da reforma ortográfica, que foram feitos ao longo do ano, desde o mês de fevereiro. É importante enfatizar que a nova ortografia se tornou obrigatória em janeiro de 2016.
No estado do Acre, surgiu uma polêmica. Lá os seus habitantes afirmam que foi o Acordo que alterou a grafia do adjetivo gentílico acreano para acriano.
Na verdade, a composição do adjetivo gentílico remete a uma norma antiga, que o Acordo apenas manteve. De acordo com essa regra, do substantivo próprio Iraque, por exemplo, retira-se a última vogal e acrescenta-se o sufixo -iano. Da mesma forma, acriano.
Observa-se que o povo do Acre rejeita a norma-padrão, pretendendo tornar legítimo o seu tradicional "acreano". Quer fazer valer esse hábito seu. Diz estar no seu direito. Aliás, por que a regra deveria se sobrepor ao costume, se este não fere a dignidade de ninguém?
O Direito ensina que a norma serve para salvaguardar um valor. O valor maior, nessa situação, é a cultura local, que deve ser defendida e promovida porque representa a identidade do povo, seu modo de viver, sua história de resistência e, consequentemente, sua soberania e autoestima.
Para solucionar tal impasse expresso pelo desejo da população, o governo do Estado preparou no início do ano uma consulta pública pela Internet, para verificar se o termo "acreano" seria confirmado como o preferido. Na época, a AAL (Academia Acreana de Letras) se posicionou contra a mudança, alegando que nenhum decreto pode modificar uma tradição e que o gentílico é parte fundamental da construção identitária dos habitantes de determinado local. O próximo passo seria tomar as medidas legais cabíveis para torná-lo oficial.
Dito e feito. Após consulta pública e análise na Aleac (Assembleia Legislativa do Acre), o governador Tião Viana sancionou a lei Nº. 3.148 que institui o termo "acreano" com "e" como o gentílico oficial do estado. O texto foi publicado na edição do dia 28/07/2016 do Diário Oficial do Estado.
Porém, vale registrar, em meio à polêmica, algumas reações criativas dos cidadãos, que ilustram o bom humor do povo. Por exemplo, esta indignação extraída de uma rede social: "É melhor devolver o Acre pra Bolívia do que escrever 'acreano' com "i"."
Dessa forma, concluímos, neste Blog, as considerações e os comentários a respeito do tema da reforma ortográfica, que foram feitos ao longo do ano, desde o mês de fevereiro. É importante enfatizar que a nova ortografia se tornou obrigatória em janeiro de 2016.
Estive no Acre em janeiro desse ano e realmente eles se dizem "acreanos"... por um valor cultural, ignoram o acordo ortográfico e seguem suas vidas com essa denominação.
ResponderExcluir