sábado, 2 de dezembro de 2017

Ano VIII - número 85 - dezembro/2017 - *edição especial*: Sétimo aniversário do Blog de Comentários

         Estimado (a) e assíduo (a) leitor (a), o último mês de cada ano é marcante para este Blog, recordando os seus primórdios. Comemoramos o seu sétimo aniversário e o quarto ano de sua reinauguração na rede mundial de computadores.
         O BLOG PROF. STEFAN - LÍNGUA PORTUGUESA - COMENTÁRIOS, em clima de imensa alegria, novamente presenteia os seus assíduos leitores. Um artigo especialmente selecionado, que trata a respeito do uso da tecnologia no ensino da língua portuguesa, um tema bastante atual.
         A expansão da informática que temos vivenciado nestas duas últimas décadas tem sido responsável por transformações significativas nos setores de trabalho e nas relações humanas, chegando também a influenciar o estudo, o aprendizado e o aperfeiçoamento da Língua Portuguesa.
         Com o fácil acesso aos computadores e à Internet, foi aberta uma nova dimensão para a introdução de novas tecnologias no processo ensino-aprendizagem, principalmente no que diz respeito a softwares e atividades que possibilitem um alto grau de interatividade por parte dos aprendizes. Isso traz uma série de vantagens, como: facilitar o esclarecimento de dúvidas e diminuir o isolamento dos alunos com vistas a favorecer a obtenção de informações sobre seu aproveitamento, motivando-os para o aprendizado.
         O bom uso e a exploração das tecnologias como ferramenta auxiliar ao ensino de Língua Portuguesa auxiliam muito na aquisição de novos conhecimentos dos alunos e complementam a prática pedagógica da sala de aula.
         O papel do professor no processo de ensino da Língua Portuguesa é introduzir no ambiente dos alunos elementos capazes de provocar uma situação conflitual que poderá levá-los a aprender, dependendo do modo que agirão a partir desse conflito. A ação pedagógica deve caracterizar-se por atividades didáticas que auxiliem os alunos a se apropriarem do saber e não apenas a recebê-lo, pois receber não implica necessariamente em aprender.
             O uso da informática na Língua Portuguesa passa a ser uma ciência em que há a busca pela descrição, pela explicitação, pela análise e decomposição dos comportamentos inteligentes em pequenos módulos. O ensino pode ser considerado como sendo mais do que uma simples ferramenta de transmissão de conhecimentos. (Extraído e adaptado de www.joseferreira.com.br) 
         Finalizando, para todos os internautas leitores deste Blog aniversariante, os mais expressivos votos de feliz e santo Natal!

quinta-feira, 2 de novembro de 2017

Ano VII - número 84 - novembro/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (X)

         Caro leitor, estimada leitora, nesta publicação, retomamos o tema da língua padrão e damos continuidade aos esclarecimentos das dúvidas a respeito dos mais variados assuntos.
7. A forma "menas" existe ou não?
Não. Existe somente a forma menos (invariável). Exemplos: Hoje houve menos aulas que ontem. / Hoje veio menos gente que ontem.
8. Está correto "cidadões" como plural de "cidadão"?
Não, de forma alguma. O plural do substantivo cidadão é cidadãos.
9. "Casona" pode ser utilizada como aumentativo de "casa"?
Só se for fora da norma-culta, numa língua falada despretensiosa, dirigida às crianças. Porém, na língua escrita, deve-se utilizar casarão. O mesmo vale para "homão". O aumentativo correto de homem é homenzarrão.
10. Por que infravermelho varia no plural, porém ultravioleta não varia?
Porque em infravermelho, não há nenhum elemento que seja substantivo (infra=prefixo; vermelho=adjetivo). Já em ultravioleta, há um elemento substantivo (ultra=prefixo; violeta=substantivo). Todo substantivo que funciona como adjetivo, indicando cor, não apresenta variação. Observe que esses adjetivos são simples, e não compostos.
11. Ambos é um numeral?
Exatamente. Trata-se de um numeral dual porque se refere sempre a dois seres. Não dispensa a utilização do artigo definido quando o substantivo seguinte o exige. Exemplos: Ambos os alunos passaram. / Ambas as alunas saíram.
12. Qual o pronome de tratamento correto que deve ser usado na carta dirigida ao presidente da República?
Vossa Excelência. Sempre escrito por extenso porque é mais respeitoso. Na invocação, deve-se utilizar Excelentíssimo Senhor Presidente da República.
13. Está correta a afirmação: "Machuquei o 'meu' dedo."?
Não. Não há necessidade de utilizar o pronome possessivo nesse caso. Dizendo apenas "Machuquei o dedo.", o interlocutor já compreende de que dedo se trata. Portanto, a regra é a seguinte: Antes de substantivos que indicam partes do corpo, peças do vestuário e faculdades do espírito, é dispensado o pronome possessivo, quando há coincidência de pessoas (sujeito e pronome). O artigo definido, nesse caso, já confere ideia de posse. Outros exemplos: Vou escovar os dentes. / Não abri a boca. Você já lavou as mãos? / Juçara sujou a blusa.
         A próxima publicação deste Blog de comentários será festiva, celebrando o sétimo aniversário de presença na rede mundial de computadores. Oportunamente retomaremos o tema da língua padrão e os esclarecimentos das inúmeras dúvidas a ela referentes. 

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Ano VII - número 83 - outubro/2017: Novo ensino médio?

         Prezado (a) leitor (a), estamos novamente em outubro. Esse mês destaca, no dia 15, a data comemorativa do professor. Este Blog de comentários, interrompendo suas publicações habituais, enfatiza um assunto que atualmente repercute entre professores e estudantes do Brasil: a polêmica reforma do ensino médio, que nos próximos anos será implantada gradativamente. Tal reforma se insere perfeitamente no tema da preocupante situação da educação brasileira. Reproduziremos alguns dos principais trechos do artigo da professora Silvia Contaldo, extraído da revista PUC Minas, que trata do assunto.
"Novo ensino médio. Quem conhece aprova." Esse é o mote da campanha veiculada pelo Ministério da Educação para divulgação das mudanças na estrutura e na composição de um novo ensino médio. No entanto, parece não haver novidade. Permitindo-nos a contradição de termos, a novidade em questão já nasce velha. Trata-se de ato sumário do atual Poder Executivo, que prescindiu da arte de partejar mediante o diálogo e o empenho coletivo para que o novo fosse o melhor possível. Mas, ao contrário, disfarçando a realidade, pretende-se apresentar aos jovens 'a roupa nova do rei', cujo modelo pré-concebido e pré-determinado é ilusório. Está dito, dentre outros equívocos, que os jovens terão liberdade para escolher o que quiserem estudar. Se liberdade de escolha for a opção entre áreas de estudo hierarquizadas e disponibilizadas segundo os ditames do mercado, melhor seria renunciar à palavra liberdade. Mais uma vez a educação escolar fica submetida ao jugo de razões econômicas e serve de palanque para vozes que nada têm de novo para dizer. Reiteram velhas dicotomias _ entre a prática e a teoria, entre as 'exatas' e as 'humanas', entre a vocação e a profissão, e insistem na divisão disciplinar, já ultrapassada e disfarçada em 'percurso formativo'. Não cabe falar em 'novo ensino médio' se sequer cumprimos o ideal de Anísio Teixeira: "Educação não é privilégio." Os jovens que deveriam cursar o ensino médio estão, cada vez mais, fora da escola e seria uma aberração pedagógica pensar que esses jovens sentir-se-ão atraídos por um 'novo' ensino médio. Não há novo nem velho. Há descaso histórico com a educação, com as escolas para os jovens, com o projeto de vida desses futuros cidadãos. A escola não é uma ilha, fora do tecido social. Ela se faz nessa tessitura e, ao mesmo tempo, contra ela. É lugar de fortalecimento interior, de aperfeiçoamento e amadurecimento e não será com rearranjo de disciplinas ou com aumento de carga horária que os jovens se sentirão parte desse mundo."
****PROFESSOR (A), PARABÉNS PELO SEU DIA!**** 

sábado, 2 de setembro de 2017

Ano VII - número 82 - setembro/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (IX)

         Caro (a) leitor (a), damos prosseguimento, na presente publicação, ao tema da língua padrão, visando à correta expressão oral e escrita. A partir deste mês, serão esclarecidas dúvidas a respeito dos mais variados assuntos referentes à norma-padrão.
1. Duas letras representando um fonema apenas recebem o nome de dígrafo. E uma só letra representando dois fonemas simultaneamente que nome recebe?
Recebe o nome de dífono. Exemplos: táxi e tóxico, em que a letra x equivale aos fonemas ks.
2. Uma palavra monossílaba pode ser chamada de oxítona?
Não, em hipótese alguma. Uma palavra, para ser chamada de oxítona, precisa possuir ao menos duas sílabas. A monossílaba, possuindo somente uma sílaba, apenas pode ser designada tônica ou átona.
3. Em uma sílaba, pode existir só uma vogal. Como podem existir palavras com duas vogais na mesma sílaba? 
Não são duas vogais na mesma sílaba dessas palavras, pois isso jamais ocorrerá. Cada vogal forma uma sílaba. Na verdade, em tal sílaba, há um ditongo, que é o encontro de uma vogal e uma semivogal e vice-versa. Exemplos: bra-si-lei-ro; á-gua.
4. Til é acento gráfico?
Não. Trata-se de um sinal diacrítico, que é usado somente para alterar o valor fonético de uma vogal. Na língua portuguesa, não existe nenhuma palavra com dois acentos gráficos. Por exemplo: a palavra órgão só possui um acento gráfico, o agudo. O til é um sinal diacrítico, que serve para nasalizar a vogal a.
5. Qual o vocábulo correto: "abstêmio", "abstênio" ou "abstêmico"?
O vocábulo correto é abstêmio (= sóbrio, que não ingere bebida alcoólica).
6. As palavras anta e antigo têm o mesmo radical? São palavras cognatas?
Não. Embora as três primeiras letras de ambas sejam as mesmas (ant), não existe entre elas o mesmo conceito, a mesma ideia. Portanto, não pertencem à mesma família de palavras.
         As dúvidas referentes à norma-padrão são realmente muito numerosas. Oportunamente este Blog irá esclarecê-las ainda mais.

sábado, 29 de julho de 2017

Ano VII - número 81 - agosto/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (VIII)

         Assíduo (a) leitor (a), neste Blog de comentários, o destaque à norma-padrão prossegue através de mais um conjunto de frases com as devidas explanações. Na presente publicação, a utilização correta do infinitivo será enfatizada.
42. Ao expor nossos planos, deixamos os diretores entusiasmados.
Corrigindo: Ao expormos nossos planos, deixamos os diretores entusiasmados. > Nossa língua possui dois infinitivos: o pessoal (conjugável, portanto variável) e o impessoal (não conjugável, por isso, invariável). O infinitivo conjugável não existia em latim, logo nunca houve uniformidade em seu emprego, inclusive entre os melhores escritores da língua. Na frase acima, o verbo no infinitivo (expor) deve ser obrigatoriamente conjugado (expormos), pois aparece após a combinação ao (preposição + artigo). Outro exemplo: Toma cuidado ao dirigires à noite.
43. Entrar no cinema sem pagar! Que esperança a nossa!
Corrigindo: Entrarmos no cinema sem pagar! Que esperança a nossa! > O verbo no infinitivo (entrar) deve ser obrigatoriamente conjugado (entrarmos), pois ele possui sujeito (simples desinencial: nós) e aparece no início da frase, não regido de preposição. Outros exemplos: Deixarem as crianças com os vizinhos?! Nunca eles farão isso! (não regido de preposição) / Por terem feito isso, estão agora sofrendo. (regido de preposição)
44. Ganhamos o direito de votarmos para presidente.
Corrigindo: Ganhamos o direito de votar para presidente. > Quando houver coincidência de sujeitos, não se flexiona o infinitivo (sujeito simples desinencial: nós). Outros exemplos: Gostarias de trabalhar conosco? / Os policiais não podiam deixar de intervir.
45. As autoridades deram ordens para ser presos todos os agitadores.
Corrigindo: As autoridades deram ordens para serem presos todos os agitadores. > Quando o infinitivo  tem sujeito próprio (todos os agitadores), diferente do sujeito da oração principal (as autoridades), ele deve ser flexionado. Outro exemplo: Permaneci calado, ouvindo os outros discutirem os seus problemas. 
46. Faça-os entrarem.
Corrigindo: Faça-os entrar. > Caso o infinitivo tenha como sujeito um pronome pessoal oblíquo (os) com o qual constitua o objeto direto dos verbos deixar, fazer, mandar, ver, ouvir e sentir, ele não deve ser flexionado. Outro exemplo: Mande-as esperar um pouco.
         As explanações referentes ao uso da norma-padrão continuam na próxima publicação. Até o próximo mês!

quarta-feira, 28 de junho de 2017

Ano VII - número 80 - julho/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (VII)

         Prezado (a) leitor (a), como passa rápido o tempo... Eis que já entramos no segundo semestre de 2017, começando o mês de julho e logo, o costumeiro breve período de recesso para professores e estudantes.
         Nesta publicação, mais um novo conjunto de enunciados com os devidos comentários e esclarecimentos. A partir de agora, todos os enunciados apresentados estarão incorretos para a devida correção e análise conforme a norma culta.
37. Nunca me simpatizei com essa mulher.
Corrigindo: Nunca simpatizei com essa mulher. > Enunciado que apresenta solecismo (erro de sintaxe de regência verbal). O verbo simpatizar não é pronominal. Portanto não é usado com pronome. O verbo antipatizar segue a mesma regra.
38. Quem mais se sobressaía na festa era sempre Teresa.
Corrigindo: Quem mais sobressaía na festa era sempre Teresa. > Frase que também apresenta solecismo. O verbo sobressair não é pronominal, isto é, não apresenta pronome fossilizado. Outro exemplo: Nunca sobressaí tanto quanto sobressaí ontem. / A grafia correta é Teresa (com s).
39. Se você puxar seu pai, está perdido! Se puxar sua mãe, então, está arruinado!
Corrigindo: Se você puxar a seu pai, está perdido! Se puxar a sua mãe, então, está arruinado! ou Se você puxar pelo seu pai, está perdido! Se puxar pela sua mãe, então, está arruinado! > O verbo puxar, no sentido de parecer, é transitivo indireto. Exige, portanto, complemento com a presença da preposição.
40. O professor ainda não procedeu a correção das provas.
Corrigindo: O professor ainda não procedeu à correção das provas. > O verbo proceder é transitivo indireto, que rege a preposição a. O uso frequente desse verbo sem a preposição se observa na linguagem coloquial, que faz analogia do sentido dele com o de outros verbos sinônimos, tais como realizar, efetuar etc. Porém, na linguagem culta, isso não deve ser aplicado, utilizando-se a preposição a ou sua combinação com o artigo junto ao verbo.
41. Desculpem a nossa falha!
Corrigindo: Desculpem-nos da falha! ou Desculpem-nos pela falha! > O verbo desculpar, com o sentido de justificar, escusar, relevar, é transitivo direto pronominal e indireto.
         Na próxima publicação do Blog de comentários, mais um conjunto de enunciados para a devida apreciação sob a ótica da norma-padrão. Estimo um ótimo período de recesso a todos os participantes do processo educativo!


segunda-feira, 29 de maio de 2017

Ano VII - número 79 - junho/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (VI)

         Estimado (a) leitor (a), os enunciados seguidos pelos devidos esclarecimentos prosseguem neste Blog de comentários sob a luz do tema da utilização da língua padrão. 
31. Sobrou uma bala e um rocambole apenas na mesa de doces da festa.
Frase correta de acordo com a norma-padrão. Nesse caso, o verbo fica no singular, concordando com o elemento mais próximo do sujeito composto (uma bala). Porém, o verbo também pode ficar no plural, concordando com todos os elementos do sujeito composto (sobraram).
32. Tanto você quanto eu estou na mesma situação.
Frase incorreta. Corrigindo: Tanto você quanto eu estamos na mesma situação. > O verbo estar deve ficar na primeira pessoa do plural, concordando com os sujeitos ligados por tanto... quanto.
33. Eu ou ele será o goleiro do time amanhã.
Enunciado correto conforme a norma-padrão. Quando os elementos do sujeito composto se acham ligados por ou, a concordância acontece de acordo com o sentido: se houver ideia de exclusão, o verbo concorda com o sujeito mais próximo. Outro exemplo: Ou eu ou tu ganharás o prêmio.
34. Não repare a bagunça do meu quarto!
Enunciado incorreto. Corrigindo: Não repare na bagunça do meu quarto. > Esse enunciado está incorreto porque apresenta solecismo (erro de sintaxe de regência verbal). O verbo reparar é transitivo indireto, portanto exige complemento com preposição, isto é, objeto indireto (na bagunça do meu quarto).
35. Desculpe-nos pelo transtorno: estamos trabalhando para o seu maior conforto!
Enunciado correto conforme a norma-padrão. A regência verbal está correta: quem desculpa, desculpa alguém por algo. Outra construção possível e correta: Desculpe-nos do transtorno: estamos trabalhando para o seu maior conforto!
36. Respondi todas as questões da prova.
Frase incorreta. Corrigindo: Respondi a todas as questões da prova. > O verbo responder é transitivo indireto, exigindo objeto indireto (complemento verbal antecedido de preposição a), mesmo que seu complemento não seja pessoa. A tendência dos falantes é omitir a preposição a.
         Na próxima publicação, neste Blog de comentários, um novo conjunto de enunciados para a devida análise da língua padrão. Até o próximo mês!

domingo, 7 de maio de 2017

Ano VII - número 78 - maio/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (V)

         Prezado (a) leitor (a), no Blog de comentários, você continua tirando suas dúvidas a respeito dos aspectos referentes à norma-padrão através dos enunciados e comentários esclarecedores.
25. Vai fazer mais de vinte anos que não tiro férias.
Enunciado correto de acordo com a norma-padrão. A oração Vai fazer mais de vinte anos apresenta sujeito inexistente, pois contém o verbo fazer indicando tempo decorrido. A impessoalidade desse verbo passa para o seu verbo auxiliar ir, que está flexionado na terceira pessoa do singular (forma verbal: vai).
26. Um milhão de pessoas morreu nessa guerra.
Frase correta conforme a norma-padrão. Se a concordância do verbo morrer é feita com o numeral milhão que está no singular, ele também deve permanecer no singular (morreu).
27. Será que existe mesmo rios no deserto?
Frase incorreta. Corrigindo: Será que existem mesmo rios no deserto? > O verbo existir não está flexionado na forma correta, pois deve concordar com o substantivo rios no plural (existem).
28. Deve existir torcedores machucados no estádio.
Enunciado incorreto. Corrigindo: Devem existir torcedores machucados no estádio. > O verbo existir, integrando uma locução verbal, deve ter o seu verbo auxiliar flexionado no plural a fim de concordar com o sujeito torcedores machucados (devem).
29. Podiam haver muitos feridos, mas ninguém sabia ao certo.
Enunciado incorreto. Corrigindo: Podia haver muitos feridos, mas ninguém sabia ao certo. > O verbo haver da primeira oração está no sentido de existir e transmite a impessoalidade ao seu verbo auxiliar poder, que obrigatoriamente é flexionado no singular (podia). Trata-se de uma oração sem sujeito.
30. Sobe hoje o leite e o pão. Já subiu ontem a gasolina e o álcool.
Frases corretas de acordo com a norma-padrão. Nesse caso, o verbo subir, que vem antes do sujeito composto, concorda com os elementos mais próximos (leite/gasolina). Mas também essas frases estariam corretas da seguinte forma: Sobem hoje o leite e o pão. Já subiram ontem a gasolina e o álcool. > O verbo subir faz a concordância com todos os elementos da sequência: leite/pão e gasolina/álcool.
         Na próxima publicação, novos enunciados propostos para a sua reflexão gramatical, observando a norma-padrão. Até o próximo mês!

quarta-feira, 29 de março de 2017

Ano VII - número 77 - abril/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (IV)

         Caro (a) leitor (a), o tema da utilização da língua padrão tem o seu prosseguimento no Blog de comentários, com novos enunciados seguidos de seus esclarecimentos devidos.
19. Não foi eu que fez isso.
Enunciado incorreto. Corrigindo: Não fui eu que fiz isso. > O pronome relativo que exige que a concordância do verbo seja feita com o pronome pessoal reto anterior.
20. Não foi eu quem fez isso.
Frase incorreta. Corrigindo: Não fui eu quem fez isso. > O verbo ser deve concordar na primeira pessoa do singular com o pronome pessoal reto da primeira pessoa do singular (eu).
21. Ademir da Guia foi as maravilhas do futebol.
Enunciado em consonância com a norma-padrão, enfatizando a concordância verbal. Quando colocado entre um nome próprio (Ademir da Guia, sujeito) e um substantivo comum (maravilhas, predicativo do sujeito), o verbo ser possui a tendência de concordar com o nome próprio. A concordância do verbo ser é muito rica em detalhes na língua portuguesa.
22. Naquele dia, houveram muitos acontecimentos inesperados.
Enunciado incorreto. Corrigindo: Naquele dia, houve muitos acontecimentos inesperados. > O enunciado possui sujeito inexistente, com o verbo impessoal haver no sentido de existir, devendo ficar na terceira pessoa do singular (houve).
23. Quantas pessoas pode haver na fila neste momento?
Frase correta conforme a norma-padrão. Trata-se de frase interrogativa contendo locução verbal: o verbo impessoal haver com o sentido de existir, que transmite sua impessoalidade ao verbo auxiliar pode
24. Faz mais de vinte anos que não tiro férias.
Frase correta de acordo com a norma-padrão. O sujeito dela é inexistente, com o verbo impessoal fazer indicando tempo decorrido (terceira pessoa do singular).
         Concluindo a publicação, estimo a todos os leitores uma feliz Páscoa! Até o próximo mês!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Ano VII - número 76 - março/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (III)

         Prezado (a) leitor (a), estamos oportunizando a compreensão adequada da norma-padrão do nosso idioma através de enunciados propostos. Portanto, vamos dar continuidade a eles, sempre com os devidos esclarecimentos e comentários.
13. Conhecido o resultado da votação, choveu vaias.
Frase incorreta. Corrigindo: Conhecido o resultado da votação, choveram vaias. > O verbo chover, nesse caso, não é impessoal, pois apresenta um sujeito: vaias (simples), que está no plural. Portanto, deve concordar com ele no plural. Além disso, o sentido do verbo chover é figurado.
14. Reformam-se colchões velhos, porém, precisam-se de aprendizes.
Enunciado incorreto. Corrigindo: Reformam-se colchões velhos, porém, precisa-se de aprendizes. > A primeira oração desse período (coordenada assindética) está na voz passiva sintética, devendo o verbo (reformam) concordar com o sujeito (colchões velhos) no plural. O se está na função de pronome apassivador. Já a segunda oração, que é coordenada sindética adversativa, apresenta sujeito indeterminado (verbo precisar, transitivo indireto, na terceira pessoa do singular + pronome se, índice de indeterminação do sujeito).
15. Dão-se aulas particulares de Português em domicílio.
Frase correta conforme a norma-padrão. A concordância do verbo está adequada e também o emprego da locução adverbial em domicílio, que deve ser utilizada quando existe na frase verbo sem noção de movimento (dar).
16. Duas guerras mundiais houve no século passado.
Frase correta de acordo com a norma-padrão. Trata-se de uma frase com sujeito inexistente, com o verbo impessoal haver no sentido de "existir" (terceira pessoa do singular).
17. Na juventude, tudo é flores; na velhice, tudo é trevas.
Enunciado incorreto. Corrigindo: Na juventude, tudo são flores; na velhice, tudo são trevas. > Aqui faz-se necessária a utilização da concordância especial do verbo ser no plural com os predicativos do sujeito (flores/trevas), não com o sujeito simples (pronome indefinido tudo). Porém, em razão de estilo, algum escritor pode optar pelo uso da concordância com o sujeito.
18. Hoje são dois de novembro.
Enunciado correto conforme a norma-padrão, pois o verbo ser está concordando no plural com o número de dias. No entanto, tal concordância soa muito artificial, sendo melhor da seguinte forma: Hoje é dois de novembro. Assim, a concordância do verbo ser se faz com a palavra dia, que está, nesse caso, subentendida.
         O (A) leitor (a) assíduo (a) deste Blog de comentários continuará em dia com a norma culta de nossa língua na próxima publicação. Sejam sempre bem-vindos!

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Ano VII - número 75 - fevereiro/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (II)

         O ano de 2017 segue e já estamos no segundo mês, que é o mais breve, com apenas vinte e oito dias. O feriado de Carnaval acontecerá no final de fevereiro, bem como o curto período de recesso. As instituições de ensino, em sua maioria, pouco a pouco, começam a retomar suas atividades após as merecidas férias.
         Nesta publicação, prosseguimos com mais enunciados, com esclarecimentos precisos e comentários abalizados, sempre tendo em vista a norma padrão da nossa língua materna e a sua melhor compreensão.
7. Sou um dos que mais colabora e um dos que menos é reconhecido.
Frase correta. Porém, também está correta desta forma: Sou um dos que mais colaboram e um dos que menos são reconhecidos. > Quando o sujeito é o pronome relativo que precedido da expressão um dos, o verbo pode concordar na terceira pessoa do singular ou do plural, indiferentemente. Por exigência lógica, há casos em que o singular é obrigatório. Exemplo: "É uma das tragédias de Racine que se apresentará hoje no teatro."
8. Nunca fui um homem que criticou seu semelhante.
Frase correta de acordo com a norma-padrão, destacando a concordância verbal.
9. Deu cinco horas o relógio da sala agora há pouco.
Frase correta conforme a norma-padrão. O sujeito dela é o relógio da sala que aparece posposto ao verbo. O verbo (deu) concorda em número e pessoa com o sujeito.
10. Deram cinco horas no relógio da sala agora há pouco.
Enunciado correto de acordo com a norma-padrão. Trata-se de uma frase com sujeito inexistente, em que o verbo fica no plural (deram) para concordar com o numeral (cinco).
11. Falta poucos minutos para bater o sinal de saída.
Enunciado incorreto. Corrigindo: Faltam poucos minutos para bater o sinal de saída. > O sujeito da primeira oração se encontra no plural (poucos minutos). Portanto, o verbo deve concordar com ele no plural (faltam) da mesma forma que o verbo da segunda oração no singular (bater) concorda com o sujeito que está no singular (o sinal de saída).
12. Mais de um aluno passou; menos de dois alunos se transferiram.
Enunciado correto conforme a norma-padrão. Com as expressões "mais de um" e "menos de dois", os verbos concordam com o numeral (respectivamente, passou e transferiram).
         Concluindo mais uma publicação, para todos os profissionais do ensino e estudantes, desejo bom retorno às suas atividades!

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

Ano VII - número 74 - janeiro/2017: A utilização da língua padrão e sua ênfase (I)

         Estimado (a) leitor (a), na inexorável passagem do tempo, eis que chega o ano da graça de 2017. E ele inicia com o mês de merecidas férias nas instituições de ensino brasileiras, com a maioria das atividades suspensas.
         Durante este ano, o Blog de comentários destinará diversas publicações, destacando a norma padrão da língua portuguesa. Serão propostos vários enunciados, seguidos de esclarecimentos precisos e de comentários abalizados, no intuito da melhor compreensão do funcionamento de nosso idioma.
1. Os Estados Unidos vão participar dessa competição.
Frase correta de acordo com a norma-padrão, tanto no aspecto da concordância nominal quanto no da concordância verbal.
2. O pessoal lá de casa não gostaram muito de você.
Enunciado incorreto.  Corrigindo: O pessoal lá de casa não gostou muito de você. > Cabe aqui a concordância do verbo no singular, referindo-se ao termo pessoal (substantivo coletivo), que está no singular. Em situação excepcional, estaria correto, com a utilização da concordância ideológica (figura de linguagem: de sintaxe ou de construção, chamada silepse de número).
3. A gente não queremos briga com ninguém.
Enunciado incorreto. Corrigindo: A gente não quer briga com ninguém. > É óbvio que a gente (expressão coloquial) corresponde a nós (forma culta). A concordância gramatical obriga que o verbo fique no singular, pois a referida expressão está no singular. Portanto, não se justifica o uso da concordância ideológica (figura de linguagem: de sintaxe ou de construção, denominada silepse de pessoa), a não ser em caso excepcional.
4. Aqui não se colhe flores nem se fabrica dinheiro.
Frase incorreta. Corrigindo: Aqui não se colhem flores nem se fabrica dinheiro. > Os verbos da frase estão na voz passiva sintética e devem concordar com os seus respectivos sujeitos (flores e dinheiro). Na voz passiva analítica, ficaria da seguinte forma: Aqui não são colhidas flores nem é fabricado dinheiro.
5. A maioria dos homens não ficou aborrecida com a cena.
Frase correta conforme a norma-padrão, tanto no aspecto da concordância verbal quanto no da concordância nominal.
6. Os Estados Unidos são um dos países que mais luta pela liberdade.
Enunciado incorreto. Corrigindo: Os Estados Unidos são um dos países que mais lutam pela liberdade. > O verbo lutar deve ser flexionado no plural para concordar com a palavra países.
         Em dezembro, o Blog de comentários linguísticos entrou no seu sétimo ano na rede mundial de computadores e trará novamente neste ano valiosos esclarecimentos e comentários críticos para o efetivo conhecimento de seus leitores assíduos. Excelente ano de 2017 e proveitoso período de descanso!